No Rio, pai e três filhos tentam entrar para a mesma empresa pública.
Marta Cavallini
Do G1, em São Paulo
O autônomo Wagner Barbosa Braga, de 46 anos, e seu filho, o estudante Rodrigo de Jesus Braga, de 20, disputam uma vaga de escriturário no Banco de Brasília. Para ambos, a “concorrência” dentro de casa é uma aliada, e não um obstáculo na conquista do emprego público. Para Rodrigo, eles não são estão brigando pelo mesmo espaço: “Eu concorro para uma vaga e o meu pai, para outra”.
Ao todo 100 vagas de escriturário serão oferecidas nesse concurso que exige nível médio de escolaridade e paga o salário de R$ 1.680. A prova está marcada para o dia 2 de outubro. “Vamos conquistar as duas vagas juntos”, afirma Wagner.
Wagner e Rodrigo esperam trabalhar juntos no Banco de Brasília (Foto: Divulgação/Gran Cursos) |
Pai e filho dizem que estudam juntos e se ajudam nas matérias nas quais têm mais dificuldade. Rodrigo domina matemática e raciocínio lógico e pesquisa material de português na internet para estudar com o pai. Wagner passa ao filho seus conhecimentos de legislação e a experiência adquirida nos outros dois concursos que prestou, para a Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público da União. “Não vejo meu filho como concorrente, mas um aliado”, diz Wagner.
O autônomo na área de varejo pagou um cursinho preparatório para ele e seu filho, que está no 4º semestre de física na Universidade de Brasília (UnB).
Wagner reconhece que o entusiasmo pela sala de aula é maior da parte dele que do filho, mas ambos têm noção de que está havendo investimento de tempo e dinheiro para o concurso. “Por isso eu puxo meu filho para a sala de aula”, diz o autônomo. Rodrigo afirma que ter o pai prestando o mesmo concurso o incentiva a estudar mais.
Wagner quer a vaga para ter estabilidade, Rodrigo pretende usar o cargo público como “trampolim” para ter o próprio negócio no futuro. “Quero conseguir o dinheiro em até três anos”, diz o universitário, que ainda pretende cursar engenharia de produção ou civil.
Questionados se a vaga for apenas de um deles, ambos dizem que ficarão felizes com o sucesso do outro. “Ficaria chateado pela minha incompetência, e não por meu pai ter passado”, diz Rodrigo. “Se meu filho passar, vou ficar feliz da vida, bom demais, valerá a pena todo o investimento”, garante Wagner.
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