Escolas e universidades utilizam redes sociais próprias para interagir com seus alunos Foto: Getty Images |
Além de Orkut, Facebook e Twitter, os alunos da Escola Parque, no Rio de Janeiro (RJ), tem mais uma rede social para administrar durante o dia: a EP2, que reúne somente estudantes e professores do colégio carioca. Com a presença de mais de 700 usuários, o espaço facilita a comunicação entre colegas, educadores e também preserva a participação dos alunos mais novos na internet.
Atualmente, a maioria das escolas usam comunidades em redes sociais abertas, como Orkut e Facebook, para se comunicar com os estudantes. Contudo, a direção da escola Parque começou a receber reclamação dos pais, que muitas vezes não permitiam que seus filhos frequentassem todos os ambientes da internet. "Depois de muitas reuniões nós decidimos criar uma rede somente para a população do colégio", conta Giocondo Magalhães, coordenador do ensino fundamental II (da 6ª série à 9ª).
A criação da rede foi feita juntamente com os alunos e professores, que opinaram no design, organização do site e aplicativos essenciais. "Funciona como qualquer outra rede. Tem espaço para criação de perfil, fóruns de discussão e até mesmo bate-papo", conta Magalhães.
Lançada em abril deste ano, cerca de 1,3 mil estudantes foram convidados para entrar na rede, que pode ser acessada somente por quem é da escola e com senha individual. O coordenador do ensino fundamental conta que a direção discutiu muito se o site deveria ser aberto para todos os alunos do colégio. "Percebemos que seria mais seguro trabalhar com os estudantes a partir do ensino fundamental II. A maioria das redes só aceitam usuários maiores de 13 anos, a EP2 aceita a partir dos 10", explica.
Antes de abrir o site para os alunos, discussões sobre público e privado foram trabalhadas em sala de aula. "Fizemos palestras para todos os alunos da escola, explicando questões de privacidade e comportamento em redes sociais. Além disso, ensinamos a navegar na ferramenta", afirma.
Magalhães diz que os resultados já são visíveis. "Muitos professores postam vídeos que vão ser trabalhados em aula mais tarde, por exemplo. Outros recomendam livros, links e sites que complementam o conteúdo estudado", conta. O público que mais faz uso do meio virtual da escola são os estudantes com menos de 14 anos. "Temos um total de 700 participantes, sendo que a grande massa é do ensino fundamental. Isso acontece porque nessa idade a maioria dos pais ainda não permite que eles acessem sites como Facebook, por exemplo."
Apesar disso, o coordenador pedagógico conta que diversas interações sociais interessantes já foram observadas. "Vemos alunos fazendo trabalho em grupo a partir da rede, outros que faltaram aula pedindo para os colegas o conteúdo que foi passado e também a criação de diversos fóruns de discussão", conta, citando o fórum aberto por uma aluna que discutia se a escola deveria ou não trocar os livros didáticos por tablets.
Universidades também apostam em plataforma interna
A criação de rede interna também é aderida por instituições de ensino superior, como a Universidade Federal Fluminese (UFF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj) e a Faculdade de São Vicente (UNIBR), que criou o site Unielo, voltado para o relacionamento entre alunos, ex-alunos e professores da universidade.
A criação de rede interna também é aderida por instituições de ensino superior, como a Universidade Federal Fluminese (UFF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Uerj) e a Faculdade de São Vicente (UNIBR), que criou o site Unielo, voltado para o relacionamento entre alunos, ex-alunos e professores da universidade.
Além de permitir uma rede de relacionamento somente para quem é da universidade, essas ferramentas disponibilizam conteúdos relacionados às aulas, como vídeos, textos e apresentações complementares, além de fóruns de discussão e material de base para provas, trabalhos e projetos acadêmicos.
Para José Armando Valente, pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade de Campinas(Nied-Unicamp), a criação de uma rede social própria é uma opção interessante para as instituições de ensino. Contudo, alerta para o fato de que a criação deve ter um objetivo pedagógico claro. "É essencial relacionar a rede com conteúdo escolar e preparar os professores para trabalharem com isso. Criar uma rede somente para comunicação é desnecessário, já que os estudantes podem encontrar isso em outros sites", diz
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